A proposta objetiva gerar um Laboratório permanente de pesquisa sobre os espaços industriais históricos da cidade de Pelotas, tendo como estudo de caso a extinta fábrica Laneira Brasileira S.A, em que se pretende inventariar e cartografar as memórias relacionais da comunidade do contexo bairro-fábrica para observar o fênomeno território-paisagem que constitui a paisagem cultural Laneira-Fragata, desenvolvendo-se os temas: Memória, Territórios, Arqueologias, Restauração, Museologia, Ativações e Paisagem (SIMAL, 2006; ARECES, 2007). A expressão desse estudo configura-se na construção de um Atlas ativo, capaz de sustentar a dialética entre heranças, tradições e inovações que esse campo patrimonial apresenta e na proposição de um instrumento metodológico apto a incentivar o inventário como meio e registro das comunidades emocionais – aqui entendida no sentido em que propôs Judith Butler (2004) – que constituem o entorno dessas indústrias, depois que fecham suas portas. Assim procedendo, a pesquisa objetiva ampliar as considerações que justificam esse bem para além do lugar que ocupa, qualificando suas possibilidades como mola propulsora para a revitalização do seu entorno e de ações estruturantes envolvendo a educação patrimonial, a qualificação de recursos humanos para o trabalho com o patrimônio, estimulando e facilitando o uso do lugar por meio da sua melhor utilização pela comunidade que o cerca, e que a ele tem direito pelas suas memórias, fazendo dele uma âncora para a superação de sentidos de perda (econômica, urbana e social) que se acumulam quando as fábricas se desativam e incentivando a superação do distanciamento e do abandono que se cercam desses lugares após o fechamento.